Artigo

Um Texto entre o Sufoco de Viver

Foi um dia horrível. Entre lágrimas e pensamentos perdidos no vazio, no meu quarto. Provavelmente a esta hora estás nos braços de quem te ama e de quem tu amas. Finjo que não é verdade. Finjo que vivo num Mundo diferente para não morrer agora e aqui. As cores do meu mundo tornam-se escuras, da cor da dor.

No entanto, as cores do amor são todas as que quiseres encontrar, as que puderes ver, mas a minha preferida é o castanho dos teus olhos.

Todos os dias dou um passo em falso, em direcção ao abismo porque sei que nunca me irás amar, recordo todos os dias as tuas palavras. Nunca sei quando é o passo final, que se aproxima todos os dias, com o sofrimento a doer cada vez mais e a arrancar-me pedaços de mim.

Passo horas a tentar recompor-me em músicas, que sempre foram o meu abrigo nestes dias de sofrimento. Mas não consigo.

O meu objectivo de vida acaba num sufoco do silêncio, e resta um coração cada vez mais apaixonado, solitário, por alguém que não volta, e é feliz. A vida já não tem sentido, quando não há rumo.

Vejo que é inútil pedir às estrelas da noite que te traga de volta, vejo que eu próprio sou inútil por não ter sido alguém especial para ti, afinal quem gozou comigo na cara por eu ser um romântico estúpido e fiel a ti, de certeza tinha razão, os que não se apaixonam e magoam as pessoas todos os dias por interesses próprios conseguem viver a vida à sua maneira e são felizes. Mas eu nunca irei conseguir viver assim. Sou de uma mulher, que não me ama, mas serei para sempre dela enquanto viver e acredito que para além da vida.

Eu sinto que nasci para a amar para sempre, há coisas que não se explicam, e uma delas é essa.

Vivo todos os dias numa casa que me foi emprestada por ti, desde que te vi pela primeira vez. Não me expulses de lá, porque eu poderei fazer dela a casa dos teus sonhos onde poderás viver para sempre com um sorriso na cara e seres a rainha do mundo encantado do amor. Mas sei que nem te lembras que me emprestaste a tua casa para eu ficar. Nem te lembras que eu existo. Que estou aqui a morrer por ti. Por isso não te quero incomodar com coisas fúteis, como eu próprio, em textos que só eu escrevo e leio.

22 JAN, 2017 0

Deixa o teu comentário